sexta-feira, 18 de outubro de 2013

ADORADORES
EM ESPÍRITO E EM VERDADE
 

                               Ao lermos a frase: “Adoradores em Espírito e em Verdade”, a primeira imagem que nos vem à mente é, exatamente, a passagem bíblica de João capítulo 04 em que o Amado Mestre está dialogando com uma mulher samaritana à beira de um poço, refletindo sobre a Verdadeira Adoração. O ápice desse diálogo é: Adoração em espírito e em verdade é a qualidade que Deus busca na vida dos adoradores. Outra fala forte é: A hora vem, e já é. Ou seja, esse é o tempo dos verdadeiros adoradores adorarem ao Pai.
Com base nesses dois vértices, pode-se extrair a conclusão que a Igreja contemporânea ainda está longe da Adoração que atrai os olhos daquele que O Digno de ser adorado.
                Não quero com isso ser visto como um crítico arrogante e sem fundamentos. Assim sendo, convido-o a viajar comigo nas linhas deste artigo e descobrir a magnífica estrada que nos leva a Excelência da Adoração. 
                

Deus busca adoradores que o adore em espírito e em verdade. Para entendermos essa afirmação de Jesus, precisamos retornar às raízes da existência humana e encontrarmos a primeira personalidade geracional bíblica, Adão. Ao criar o primeiro homem, Deus lhe deu uma responsabilidade como vemos em Gênesis 02:15 – lavrar e guardar o jardim do Éden. Quando analisamos a palavra adoração, descobrimos que no hebraico uma das formas literárias é Avodáh (raiz – avadh = servir) que significa trabalho e também adoração a Deus. Podemos então, dizer que o ato de lavrar e guardar o jardim do Éden era também uma expressão de adoração na vida de Adão.  Logo, a ação de servir, não importa a quem, é uma atitude de adoração a Deus. Se ao sair do lar em direção ao trabalho se faz sob murmurações, não há nisso nenhuma atitude de adoração. Adorar não se restringe a ambientes, circunstâncias, expressões corporais ou canções. Adorar é o relacionamento do prazer do servir com o zelo do guardar os ensinamentos na Lei do Senhor.
                Adão não serviu com excelência, apesar de servir com grande dedicação. Ele não teve zelo com sua responsabilidade total. Lavrar está relacionado com todo o processo do cultivo do fruto, ou seja, desde o preparo da terra ate a armazenagem da colheita, alem de ter um conhecimento absoluto do que se está cultivando. E, podemos perceber que Adão tinha um conhecimento superficial de pelo menos duas árvores, extremamente, importantes em todo o Jardim: a Árvore da Vida e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Por quê?  Quando observamos a passagem que retrata a queda, vemos que Adão desobedeceu ao Senhor não somente porque comeu da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal (GN 2:17), mas também porque não comeu da Árvore da Vida (GN 2:16). Essa é a grande questão: como pode alguém conhecer a Árvore da Vida e não comer do seu fruto? Essa árvore representa a vida. A vida é Jesus (JO 14:06). Se alguém comer da Árvore que representa a Vida, jamais desejará comer da árvore que representa a morte. Essa é a primeira linha de observância que Adão não cumpriu com excelência sua responsabilidade.
Em continuidade, o segundo detalhe na ordenança do Senhor foi o de guardar o Jardim. Uma vez mais Adão permite que os detalhes lhes escapem do discernimento. Guardar é o mesmo que proteger dos perigos. Eva estava dialogando com um ser astuto e muito perigoso e com permissão de Adão. Contrariamente como, por vezes, ouvimos que Eva estava sozinha no diálogo com a serpente, não temos confirmação disso na Palavra, na verdade o que lemos é que Eva comeu e deu a Adão seu marido. O texto não diz que ela levou para seu marido, dando,assim o sentido que Adão estava próximo dela.   A atitude da serpente era, no mínimo, muito estranha e Adão não teve nenhuma ação repulsiva quanto ao fato e até mesmo com a própria serpente, pois não foi capaz de discernir o mal que estava a fluir através da mesma. Ele deveria guardar e proteger o Jardim de qualquer suspeita perigosa, de qualquer atentado à harmonia no relacionamento com Autor da Criação. A atitude de Adão revelou falta de zelo para com a responsabilidade que lhe foi confiada.
Adão não correspondeu à expectativa do Senhor em sua vida. Ele não lavrou e nem guardou o Jardim devidamente. Logo, adoração em excelência não fez parte do seu estilo de vida. A consequência da desobediência de Adão foi o sair de forma desonrosa do Jardim e a consequente perda de relacionamento com o Senhor.

 A expressão “em Espírito” tem o sentido de viver de tal forma que se absorva, todos os dias, a Essência de Deus em nossas vidas. Isto é lavrar a terra, se alimentar de Cristo. E, a expressão “em Verdade” nos revela a atitude de viver a Palavra até que a Palavra viva em nós. Isto é guardar o Jardim, é proteger a imagem de Cristo com nosso exemplo de vida e com nosso testemunho fiel, diante de um mundo cheio de cobranças.
Tecendo uma analogia entre Adão e a Igreja contemporânea, vemos muitas semelhanças entre ambos.  Do mesmo modo que Adão não lavrou o Jardim com o zelo de conhecer, detalhadamente cada árvore ali plantada, temos presenciado em muitas vidas que se dizem cristãs a mesma falta de zelo em não discernir o Corpo de Cristo, não fazendo julgamento das próprias atitudes. Falar do Amor não quer dizer, intrinsecamente, que se vive o Amor. Muitas pessoas assim o fazem, mas suas ações demonstram a total falta do Amor. Não sabem viver o perdão, apesar dele o falar. Nas congregações transmitem uma longanimidade magnífica, mas quanto adentram no trânsito em seus veículos, são capazes de atrocidades incríveis como xingamento, gesto obsceno, infração, agressão moral ou até física. Praticam pirataria. Comercializam o ministrar da Palavra de Deus. Promovem show gospel que exalta mais o status pessoal que o Nome de Jesus Cristo. A lista é ampla e, infelizmente, cresce mais a cada instante. Essa atitude, presente em algumas pessoas, não demonstra, de forma alguma, que a Essência de Deus está sendo por elas absorvida. E, com isso o Jardim não está sendo lavrado.
Outra observação está no guardar. Será que estamos guardando o Jardim da forma como deseja o Senhor ou estamos nos procedendo igualmente a Adão? Devemos lembrar que Adão negligenciou o guardar permitindo toda ação da serpente. Hoje em dia, muitos dos que participam da comunhão eclesiástica, também negligenciam o viver na Verdade. Ensinamentos rotos entram no cenário a fim de alavancar fortunas para os cofres pessoais, enquanto vidas são privadas da Palavra que transforma o coração humano. Céu sem festas e templos lotados de vidas em busca da Palavra Viva sem a encontrar. Muitas canções e nenhum louvor. O ensino perdendo espaço para o show. Cachês milionários agora não só mais nos mega eventos públicos, mas também penetrando nos arrabaldes congregacionais. Será este o modelo de adorador que o Pai procura? Tenho certeza que não.
Por outro lado, devemos dar glórias a Deus, pois em todo tempo sempre houve um remanescente daqueles que buscam o perfil do cristão verdadeiro. E, na atualidade não é diferente. Encontramos em toda parte homens e mulheres, jovens e crianças vivendo em harmonia com a Palavra de Deus, exalando o bom perfume de Cristo. Adoradores em Espírito e em Verdade, lavrando e guardando o Jardim de Deus. Ensinando sobre o Reino dos Céus sendo exemplos vivos dele. Pessoas que não adoram em santuários, mas que, sim, adoram porque são santuários. Não apenas levantam as mãos de tempo em tempo, mas estão com suas vidas rendidas em todo tempo. Pessoas assim fazem a diferença em um mundo de indiferenças, lançam a Luz em meio a grandes trevas, derramam o bálsamo da cura em feridas incuráveis, destilam óleo de alegria em multidões de tristezas e jorram mananciais da Vida nos desertos da morte. Viver em Cristo, por Cristo e para Cristo. Porque Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Glória, pois, a Ele eternamente. Amém (RM 11:36).

Que Ele encontre em nós adoradores que o adore em Espírito e em Verdade.


Pr. Josemar Marcílio Rodrigues

Comunidade Evangélica de Barra do Piraí/RJ

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

ERGUENDO MEMORIAIS DE DEUS

Barra do Piraí, 06 de outubro de 2013.


ERGUENDO OS MEMORIAIS
DE DEUS



JOSUÉ 03:01-08; 04:01-11

                Deus honra a Josué diante de todo o povo de Israel na travessia do rio Jordão.

                A palavra mais forte de todo esse contexto histórico é SANTIFICAI-VOS.

                Santidade na vida do cristão é colocar toda a sua vida no Altar do Senhor. É a separação e abandono das coisas profanas e a aliança e comunhão com o que é santo.

                Para erguermos memoriais de Deus em nossas vidas devemos buscar atitudes que possam gerar um altar de adoração ao Deus que vive em SANTIDADE.

Princípios dentro dessa passagem para uma vida de memoriais de Deus:


1 – Viver em Santidade (Js 3:5);


                A Palavra do Senhor em Isaías 44:07 e 59:02 nos alerta que o Senhor escondeu o Seu rosto de nós por causa de nossas iniquidades, ou seja: não há comunhão entre o Santo e o profano. Para erguermos memoriais de Deus em nossa história, precisamos guardar esse princípio – Viver em Santidade.


2 – Seguir a Presença do Senhor não importa a direção (Js 3:3);
 
                Os líderes do povo de Israel deixaram bem clara a postura que o povo tinha que assumir: seguir a Arca da Aliança por onde quer que ela passasse, a uma distância que seria impossível errar o itinerário por ela traçado. Na epístola aos hebreus 12:02 somos advertidos a olhar, ou seja, seguir o Autor e Consumador de nossa fé. Quando trilhamos o caminho que tem a marca dos pés de Cristo, com absoluta certeza, estaremos caminhando em milagres.


3 – Ter expectativa dos milagres na sua vida (Js 3:1,8);

                Entende que, quando o povo chegou às margens do rio Jordão, eles, simplesmente, acamparam ali. Não fizeram mais nada. Não vemos nenhuma execução de ideias para atravessar o rio. Eles tão somente esperaram a Voz do Senhor, sabendo que o milagre estava a caminho. Josué lança uma palavra profética: amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós. Isso demonstra toda expectativa que o milagre chegaria. Ele sabia em que estava sua confiança. Uma vez mais a carta aos hebreus nos dá a admoestação de confiar na fidelidade daquele que fez a promessa (Hb 10:23).


4 – Santidade gera responsabilidade pela Presença do Senhor (Js 3:6);

                A ordem de Josué: levantai a Arca da Aliança. Só havia uma forma da Arca ser transportada e era, exatamente, pelos ombros dos levitas sacerdotes. Colocar algo sobre os ombros é, simbolicamente, ter responsabilidade sobre ele. Em João 20:22-23 os discípulos recebem no sopro de Cristo o Espírito Santo e uma grande responsabilidade. Quando o Espírito do Senhor passa a habitar em nós o Seu fruto se torna uma evidência dessa habitação (Gl 5:22-23). Se essa evidência, no entanto, não se manifesta é porque quem o recebeu não teve responsabilidade em guardar os ensinamentos do Senhor em sua vida (Dt 11:13-15).


5 – Ser testemunho vivo da Presença do Senhor (Js 3:6);

                Passar adiante do povo é, literalmente, caminhar sendo exemplo de vida. As pessoas precisam olhar para nós e ver Deus através de nós. O apóstolo Paulo diz em I Co 11:01 para sermos seus imitadores, da mesma forma que ele o é de Cristo. Em Mateus 28:19-20 o próprio Senhor Jesus nos dá o princípio de testemunho: ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ensinado. Não se pode ensinar o que não se vive. Não se pode dar aquilo que não se tem.
 

6 – Estar atento a tudo que o Senhor ordenar (JS 4:1-3);

                Josué teve o cuidado de observar toda a ordenança do Senhor. O êxito da conquista se dá ao zelo da obediência. Exemplos inúmeros são apresentados na Palavra do Senhor de homens que foram vencedores devido à postura de obedecer ao Senhor: Noé a Arca - Moisés e o Tabernáculo – Elias e o tempo sem chuva – Eliseu e a viúva... E nós, também temos uma ordenança do Senhor para o nosso tempo (Mc 16:15-18) e a conquista em obedecê-la.
 

7 – Possuir atitudes que gratifiquem o agir de Deus em sua vida (Js 4:9).

                Quem poderia imaginar que diante de tão grande maravilha, a abertura do rio Jordão, alguém pararia tudo o que estava fazendo e vendo, para levantar um altar de adoração ao Senhor. Josué aproveitou a oportunidade que teve, pois era única, para adorar o Deus de Maravilhas no meio do Jordão. Em Lucas 17:12-19 dez leprosos são curados, mas somente um ao ver sua cura, retorna aos pés de Cristo em adoração. Isso quer dizer que a coisa mais importante, necessariamente, não é o milagre, mas o que fazemos assim que o recebemos. Atitude de gratidão é Adorar ao que é Digno de Adoração (Ap 05:12-14).

 
DIGNO É O CORDEIRO...

ALELUIA!!




Pr. Josemar Marcílio Rodrigues
Comunidade Evangélica de Barra do Piraí

terça-feira, 13 de agosto de 2013

VIVER AS NOVIDADES DE DEUS

Vivemos uma Era em que púlpitos vazios de ensinamentos e cheios de teologias pessoais distanciam os herdeiros cada vez mais da Promessa, levando-os a levantar pilares sobre fundamentos ilusórios que obscurecem os Princípios da Sagrada Palavra. Vendo eu essa cruel realidade, coloquei-me diante do Amado dos Céus com joelhos dobrados e lábios em clamor, e foi então que meditando na Palavra do Senhor, meus olhos fixaram-se na passagem histórica de Josué no capítulo 05 e ali conheci Princípios Fundamentais para Viver o Novo de Deus nas paginas da minha História.

Navegue comigo nas profundas e reveladoras águas do Espírito do Senhor:


Os primeiros versículos desse capítulo do Livro de Josué nos mencionam uma Ordem direta do Senhor a Josué para circuncidar toda a geração nascida no deserto, uma vez que os homens que haviam saído do Egito já estavam mortos.

Entendamos a razão dessa ordenança:

Nenhum dos que nasceram no deserto haviam sido circuncido. Isso até nos parece algo comum e normal, no entanto é, extremamente, incomum e, absolutamente, anormal, pois não executando a circuncisão aqueles homens, por 40 anos diretos, desobedeceram a Lei do Senhor (GN 17:10-14). Os olhos deles estavam tão somente na Promessa e seus corações longe da Aliança. Hoje em dia a história se repete: as pregações são torrentes de promessas advindas da Palavra, mas a Palavra não transborda nos corações. Não se pode conquistar as Promessas sem se viver na Palavra.

Este é um Princípio: Viver na Palavra para que a Palavra viva em nós. Por isso Deus diz a Josué: medita no Livro desta Lei dia e noite (JS 1:8) pois o povo já o tinha esquecido.



Após a circuncisão vemos Deus dizendo que havia revolvido o opróbrio do Egito do meio deles. Por que se eles não nasceram no Egito e sim no deserto?   O viver na Lei do Senhor não se aplica nas circunstâncias do nascer, mas naquilo que é necessário morrer para que a Lei possa viver através de nós. Não é o nascer num berço cristão que torna alguém um cristão, e sim a renúncia de si mesmo e o caminhar nas marcas dos passos de Cristo (LC 9:23).

Outro Princípio se evidencia: Vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim (GL 2:20). Pergunte a si mesmo, diante dos fatos diários, se essa verdade faz parte de sua vida.


        


A circuncisão se deu em Gilgal e este lugar é uma tipologia da Cruz de Cristo. Analisemos:

Passar por Gilgal tipifica cortar a herança (escravidão) do Egito da vida do povo de Deus;
Passar pela Cruz de Cristo (ou seja aceitar o sacrifício que Ele fez por nós) tipifica cortar a herança do pecado adâmico (escravidão) em nossa vida (RM 5:17).

Em Gilgal se levantou um memorial da Graça de Deus sobre o seu povo, fazendo-o passar pelo Rio Jordão em seco quando era a época das grandes enchentes (JS 4:20-24);
Na Cruz de Cristo temos o memorial de seu imenso Amor por nós e da reconciliação nossa com Ele (CL 1:21).

Gilgal é testemunha da primeira Páscoa na terra da Promessa (JS 5:10). Páscoa representa a Celebração da Liberdade de uma Nova Vida (EX 12:17-18; 13:1-10))
A Cruz é testemunha da nossa libertação pois nela está a marca do sangue de Cristo que nos libertou do reino das trevas (CL 1:13-14).

Gilgal foi um território divisor de águas: fim de uma Era, representada pelo maná e o início de uma Nova, representada pelos frutos daquela terra (JS 5:12);
O Sangue que marcou a Cruz é o mesmo que selou a Nova Aliança (LC 22:19-20). Em Moisés temos a Antiga Aliança (EX 24:1-8) que consistia em viver debaixo da Lei, mas em Cristo temos a Nova Aliança que consiste em viver debaixo da Sua Graça (RM 6:1-23; II CO 5:17).


Nasce outro Princípio: Quando permitirmos que Jesus Cristo corte o pecado em nós, quando mantermos os memoriais do Senhor em nossa vida, quando celebrarmos a Conquista da Liberdade e quando comungarmos da Nova Aliança então... Viveremos nas Novidades de Deus.


Este é o Tempo dos Novos Frutos... Faça parte desse Geração.



Pr. Josemar Marcílio Rodrigues
Comunidade Evangélica Barra do Piraí



 

quarta-feira, 10 de julho de 2013


HONESTOS SIM?

 
Há uma grande perplexidade em meu espírito quando o assunto é em relação à honestidade de nossos atos em virtude do “espírito” que confessamos operar através de nós. Quando me refiro a espírito e o coloco em letra minúscula e entre aspas, quero exatamente deixar bem claro que não estou me referindo ao Espírito Santo, e assim às nossas atitudes próprias e intrínsecas, onde os olhos naturais não podem manifestar ação alguma e somente nós mesmos, além do Senhor, somos capazes de conhecer. E, essa é a causa de minha perplexidade, pois tenho presenciado menor manifestação de honestidade entre aqueles que deveriam manifestar exatamente o contrário do que presencio. Homens que se dizem representantes do Reino dos Céus assumindo púlpitos para suas encenações vazias da Verdade e cheias, porém de interesses em coisas do Reino dos Homens. Quando expostos aos olhos de todos, os desonestos manipulam seus atos com tanta veracidade que parecem fontes borbulhantes da verdade a emanar através de suas vidas. Mas a verdade surge quando as cortinas teatrais se fecham e a exposição aos olhos humanos desaparece.




Com a mudança de cenário, muda-se também o perfil do caráter. Aquele que discursava, tão fervorosamente, em se manter as evidências de uma vida cristã, agora expõe seu lado real e manipulador, exalando o odor de uma vida contrastante àquela que encanta seu público fiel. No lugar do carisma entra em cena a arrogância. As palavras fortes, no entanto doces, permanecem fortes, o que se revela, então, é o amargo de seu sabor, magoando vidas, destruindo sonhos, assassinando, se possível for, ministérios verdadeiros, devido à sua influência no mundo dos honestos. Suas vontades são prioridades. Suas vidas são mais importantes que as dos demais. Seu poder de controlar vidas é mais forte que seu amor por essas mesmas vidas. Misericórdia faz parte de seus dicionários somente no horário das encenações. O descaso toma forma quando percebem que quem está se aproximando não se favorece de uma vida financeira abastada. Orgulho e soberba desfilam nas passarelas de suas conquistas. A humildade caminha solitária bem distante do abismo que ruma esse espetáculo. Todavia, no show das encenações, ela surge de forma exuberante, cativante e tão fascinante que é capaz de iludir até os olhos dos mais céticos expectadores. Podemos chamar a isso de evangelho de aparências, pois na verdade só possui aparência mesmo, Evangelho na essência não tem nada.



A Palavra Sagrada nos instrui a buscar conhecimento Nela, a fim de que conheçamos ao Senhor, prossigamos em conhecê-lo (OS 6:3,6) e não sejamos levados por ventos doutrinários (EF 4:14) e, também, possamos discernir as coisas espirituais, pois as tais são discernidas espiritualmente (I CO 2:14). Assim, e somente assim, podemos lutar contra esses atos, entendendo quem está por trás de todas essas ações (EF 6:2; TG 3:15). Esse é o tempo dos homens que trilham suas vidas nas veredas da Verdade e da Justiça que vem do alto alçarem suas vozes nas montanhas e nos vales e proclamarem que o Reino dos Céus não é este que vemos nas suntuosas vias de comunicação, e sim, aquele que estende a mão para resgatar famílias em ruínas, homens sem esperanças, mulheres sem perspectivas e filhos sem futuro e trazê-los ao Amor Maior que o mundo conheceu jamais, Jesus Cristo, o Amado dos Céus.


quarta-feira, 22 de maio de 2013

UM VALOR QUE SE PERDE A CADA DIA

LEALDADE

 
 
                “A lealdade é um dos pilares que sustentam o real valor do homem”. Este pensamento de origem judaica nos faz refletir, intensamente, quando olhamos para as atitudes dos homens modernos, sempre não generalizando, e percebemos o quanto, a cada dia, estas os distanciam dessa verdade. A lealdade deixou de ser um valor e se tornou um método àqueles que buscam seus alvos sem precedentes. Em primeiro lugar estará sempre o seu desejo, o seu objetivo.
 
 
                Infelizmente, nas camadas ministeriais eclesiásticas, essa verdade, também é ferida por esta duríssima realidade, sempre nos expressando nunca de forma generalizada. Qual de nós vivenciou jamais uma situação de lealdade quebrada em nossos relacionamentos? Qual companheiro, no oficio do apascentamento do rebanho de Cristo que não fora abandonado por uma só pessoa que seja devido aos ideais pessoais desta? Quando em nossa jornada os ideais pessoais colidem com a lealdade, que decisão tomamos nós? Permanecemos na lealdade da qual nos tornamos objeto de confiabilidade ou lançamos mão ao timão e criamos, nós mesmos, a trajetória de uma nova história por nossos ideais? 
                Por muitos líderes não saberem o real valor da lealdade, nos deparamos com inúmeras placas denominacionais, que na verdade, são representações de um timão sendo direcionado às ilhas de nossas paixões e não ao continente da vontade de Deus. O resultado disso tudo é o naufrágio da Verdade e a emersão de frascos da mentira exalando o perfume da morte em rótulos de vida – máscaras religiosas.

                À luz das Escrituras Sagradas, a Bíblia, lealdade sempre foi um valor evidente na vida daqueles que se disponibilizaram para caminhar nas promessas do Altíssimo e, não me lembro eu, de um, dentre eles, que não tenha aberto mão de seus objetivos pessoais para abraçar o precioso alvo proposto. 
   

Em algumas passagens no livro de Samuel podemos extrair princípios valorosos para aqueles que buscam viver em lealdade:

ð  A lealdade não ouve palavras que ferem o seu caráter. Davi não recebeu como boas as palavras de seus companheiros. (1 Sm 24:4-6) 

ð  Aquele que vive na lealdade muda o coração daqueles que olham somente para as circunstâncias. (1 Sm 24:7) 

ð  A lealdade não se vê com olhos naturais e nem sua recompensa está nas mãos dos homens. (1 Sm 26:08-12) 

ð   A lealdade nos faz habitar em lugar forte. (Sm 24:22) 

ð  A lealdade gera cumprimento das promessas de Deus. (2 Sm 2:4,11; 5-7) 

ð  O leal prefere a morte à traição. (Mt 26:39)
 

Pr. Josemar Marcílio Rodrigues

Comunidade Evangélica de Barra do Piraí/RJ
 


quarta-feira, 15 de maio de 2013


A U T O R I D A D E

O U

S U N T U O S I D A D E

 

Amados,

 

 

Ao olhar para as estruturas que incorporam muitos ministérios eclesiásticos contemporâneos, fico imaginando o quão mais distante elas poderão ainda ficar da Palavra da Verdade. Os púlpitos se tornaram lugar de glória e esplendor ao pregador e não mais ao Criador. Teologia de auto-ajuda no lugar da Verdade que liberta e transforma o homem. Sermões que atingem as emoções e não o coração. Aplaudimos, exaltamos e até padronizamos tais ministérios, pois afinal de contas, seus crescimentos são evidentes e de proporções gigantescas. Aparências nada mais. Será que foi para isso que fomos chamados?

Quando Golias desafiava o poderoso exército de Israel, não houve quem, dentre os valentes daquele exército, que se apresentasse. Até mesmo o grande rei Saul, que fora um guerreiro magnífico e que possuía uma armadura impressionante, silenciou-se. Apesar de toda ostentação, Saul já não tinha mais Autoridade do Senhor em sua vida e nem a cobertura do profeta Samuel para direcionar e proteger a nação. Na verdade a unção de Deus já havia se retirado de seu chamado e, pior, não estava mais nem em sua vida.
 
 

Em contrapartida à postura de Saul, o jovem Davi não tinha sequer uma armadura de guerra para ostentar e nada que pudesse ser atraído aos olhos naturais daqueles homens. Entretanto, ele possuía no Senhor unção, cobertura e um histórico de conquistas em batalhas secretas testemunhadas somente pelo Senhor. Saul vivia em suntuosidade. Davi vivia em autoridade. Um dia a máscara do suntuoso cairá e o que lhe restará será o opróbrio. Um dia a autoridade será revelada pela verdade e o nome do Senhor será engrandecido na vida daquele que a possui.
 
 
 

Não permita que seu caráter navegue em águas suntuosas, que afluem para abismos desconhecidos e devoradores de ministérios, e navegue, sim nas águas do Espírito, onde a Glória e a Honra será Dele e para Ele, o Autor e Consumador da nossa fé. É necessário que Ele cresça e eu diminua (JO 3:30).

O que realmente tem valor não é quem aparentamos no exterior de nosso ser, e sim quem somos em nosso interior. O homem natural olha para a aparência, Deus, todavia, vê o coração (I SM 16:7). Muito embora diante das pessoas possamos ocultar nossa essência real, nunca conseguiremos o mesmo êxito diante de nós mesmos e muito menos diante do Senhor.
 

 

 

 

Pr. Josemar Marcílio Rodrigues